Três artistas brasileiras produzem livro e exposição digital com obras audiodescritas. Em seus trabalhos, elas abordam com diferentes técnicas temas como memória, identidade e vazio. Lançamento da publicação acontecerá no YouTube.
Acontece no dia 23 de junho, às 19h30, o lançamento do livro digital Lugar InComum. A publicação reúne obras das artistas Érica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Em seus trabalhos, as artistas visuais abordam temas como paisagem, memória, identidade e vazio com o uso de diferentes técnicas.
O livro apresenta o trabalho de cada artista em retrospectiva, com produções feitas entre 2013 e 2021. A curadoria e o texto de apresentação são de Rosemeire Odahara Graça e o prefácio é de Denise Bandeira, professoras da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). A edição será bilíngue e contará com audiodescrição para todas as obras.
O título alude a uma exposição de mesmo nome realizada em 2013, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR). “É uma brincadeira, um jogo de palavras. As três artistas trabalham com produções bem diferentes, mas, no fundo, possuem pontos em comum”, reflete Érica Kaminishi.
Uma história “incomum”
As trajetórias das três artistas se cruzaram pela primeira vez durante a exposição e o lançamento do livro “Wakane: a arte visual nipo-brasileira no Paraná”, de Rosemeire Odahara Graça, em 2003. Dez anos se passaram até que suas obras fossem reunidas na exposição Lugar InComum no MAC/PR, em 2013, que foi seguida pela exibição “Olhar InComum: Japão Revisitado”, no Museu Oscar Niemeyer, em 2016.
A ascendência japonesa está entre os pontos em comum na história das três profissionais. Porém, as diferenças residem nos processos e técnicas usadas por cada uma. Julia Ishida, por exemplo, produz desenhos e pinturas a partir de fotografias. “Nestes dois últimos dois anos tenho me dedicado quase que exclusivamente ao desenho. São desenhos com muito espaço: chamo de vazio, um vazio onde o branco acaba sendo cheio, pois é um branco chapado, duro que impede você de entrar além do que o desenho permite”, instiga Julia Ishida.
Já Érica Kaminishi trabalha com diversos materiais para criar mapas e outros elementos visuais. “Utilizo Fernando Pessoa para falar da minha língua materna, o português, e alguns elementos da cultura tradicional japonesa: as nuvens, que são uma referência da pintura mais tradicional, e as cores dourado e prata, que são muito fortes no barroco japonês”, conta a artista.
Sandra Hiromoto, por sua vez, incorpora técnicas como estêncil e grafite em seus trabalhos. Suas obras estão expostas nos mais diversos espaços: de museus a muros de escola. “Em minhas obras procuro atingir o espectador com mensagens diretas, camadas de letras, muitas cores e suportes em locais acessíveis. Gosto de me aproximar e dialogar com o maior número possível de pessoas”, explica.
A ideia inicial era fazer um livro impresso e uma exposição presencial. Com a pandemia, o livro será digital e contará com a exposição Lugar InComum — Virtualidades, além do evento de lançamento que será transmitido pelo canal do YouTube do projeto. “Esse bate-papo e o livro estão inseridos numa nova realidade. É um lugar incomum, né? A gente está aprendendo a fazer artes visuais para esse novo espaço”, reconhece Rosemeire Odahara.
Serviço
O quê: Live de lançamento do livro digital Lugar InComum.
Quando: dia 23/06, às 19h30
Onde: No canal do YouTube Lugar InComum art
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=w8dUp3IKppM
Este release foi escrito pela jornalista e tradutora Paula Nishizima, uma das participantes da coletânea de contos Olhares Empoderados • Volume I. Clique aqui e conheça o trabalho dela.